terça-feira, 18 de outubro de 2011

Na temporada de 2011/2012, Nordeste receberá mais cruzeiristas Leia mais: http://extra.globo.com/tv-e-lazer/viagem-e-turismo/na-temporada-de-20112012-nordeste-recebera-mais-cruzeiristas

Eduardo Maia (eduardo.maia@oglobo.com.br) e Fernanda Dutra (fernanda.dutra@oglobo.com.br)
Transatlânticos no Porto do Rio na temporada passada/ Foto de divulgação/Alexandre Macieira/Riotur RIO — Assim como a quantidade de transatlânticos e roteiros, o número de portos que receberão os cruzeiros na temporada 2011/2012 também caiu. A diferença para a anterior é a ausência de João Pessoa. Mas enquanto o turismo paraibano fica longe dos navios, seus vizinhos nordestinos têm motivos para sorrir. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar), Natal, Recife e Fortaleza devem registrar a maior alta no número de visitantes em relação à temporada passada. Os aumentos podem chegar a 103,1%, 79,7%, e 75,3%, respectivamente.
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Apesar da falta de infraestrutura portuária, comum de Norte a Sul, os destinos do Nordeste estão se empenhando para aumentar sua participação no mercado, na opinião do vice-presidente executivo da Abremar, André Pousada:
— As cidades nordestinas têm se esforçado para atrair os cruzeiros, seja em melhoria nos portos ou em negociações vantajosas para as armadoras. Há importante obras acontecendo e, muitas vezes, boa vontade na hora de negociar.
Um dos tantos navios que passarão pelas capitais nordestinas será o Splendour of the Seas, da Royal Caribbean, que vem para sua quinta temporada consecutiva no país. A partir de Santos, o transatlântico para 2.076 hóspedes fará duas viagens de sete noites para o Nordeste, com paradas em Salvador e Maceió, onde nunca esteve. Apesar disso, o foco principal continuará sendo os cruzeiros de sete noites rumo a Buenos Aires, Montevidéu e Punta del Este.
Sem o gigante Mariner of the Seas, o maior (literalmente) destaque da última temporada, a Royal Caribbean terá uma participação mais discreta, apesar de realizar, de dezembro a abril, 55 cruzeiros. O outro navio da companhia será o Vision of the Seas, que tem como foco os minicruzeiros e terá boa parte de seus embarques e desembarques no Rio, de onde também podem partir para Argentina e Uruguai.
O Splendour od the Seas vem para sua quinta temporada consecutiva no país/ Foto de divulgação Com 89 cruzeiros entre novembro e abril, a MSC também terá um navio baseado no porto da Praça Mauá. Será o Musica, para mais de três mil passageiros, que chega em 18 de dezembro e fica até 17 de março, com roteiros de três a dez noites tanto para a região do Rio da Prata quanto para o Nordeste. Inaugurado em 2004, o navio tem duas piscinas para adultos e uma para crianças, além de quatro jacuzzis. Os demais navios da companhia são o Orchestra, o Opera e o Armonia.
Mais números: a armadora espanhola Pullmantur será a responsável pelo maior quantidade de roteiros na temporada. As quatro embarcações (todas com o sistema all-inclusive) farão um total de 118 viagens pelo litoral, a maioria (39) com o Ocean Dream, o único a ir a Fernando de Noronha. A frota é completa pelo tradicional Zenith, com minicruzeiros pelo Sudeste; o Soberano, baseado no porto do Rio, e o Imperatriz. A temporada marca também o fim do fretamento dos navios da operadora pela CVC. A agência, no entanto, ainda tem a prioridade de comercialização da maior parte das vagas nos cruzeiros da Pullmantur.
Também voltada para o mercado popular, a Ibero Cruzeiros, pertencente ao grupo Costa, vem para sua segunda temporada no Brasil com três navios. Desses, o Grand Celebration, para 1.896 pessoas, será o que terá mais embarques no Rio. Da Praça Mauá ele partirá para cruzeiros de seis a dez noites, quase sempre em direção a Buenos Aires e Punta del Este, onde, inclusive, passará o carnaval. Já no réveillon, ficará ancorado em frente a Copacabana. Os outros são o Grand Holiday e o Grand Mistral, baseados em Santos.
Apesar das diferenças de um navio para o outro e dos serviços oferecidos, uma maior variedade de destinos esbarra na falta de infraestrutura portuária. É o que avalia o consultor marítimo da Nascimento Turismo, Maykon Almeida.
— Converso com muitos comandantes e a queixa é sempre a mesma: dificuldades técnicas. Por isso não há novas opções para o cruzeirista.
Porto do Rio passa por ajustes
As cores dos vitrais que decoram a varanda do prédio administrativo do Píer Mauá, por onde passam milhares de turistas antes de alcançar a rua, estão sendo retocadas. Mais à frente, o terminal de embarque e desembarque está em obras. Com a demolição de uma área de lojas que ficava no meio do caminho, o espaço ficará mais arejado, e a disposição das lojas vai ser reorganizada. O piso será trocado também. O diretor de operações da empresa Píer Mauá, Américo Rocha, diz que a reforma deve ficar pronta em novembro.
Armazéns revitalizados: na próxima temporada, operação de embarque e desembarque passará para os armazéns 4, 5 e 6, que serão revitalizados/ Foto de Mônica Imbuzeiro — Estamos fazendo só ajustes pontuais para esta temporada. Mas este vai ser o último ano em que usamos esse espaço. No ano que vem, vamos transferir a infraestrutura de recepção de cruzeiristas para os armazéns 4, 5 e 6 em definitivo. Isso para dar espaço às obras do projeto Porto Maravilha, de revitalização da região portuária — explica Rocha.
Com a mudança de lugar das autoridades portuárias, que exigem áreas restritas, o píer terá aberto um espaço para se integrar ao calçadão previsto nos desenhos do Porto Maravilha. Bares e restaurantes devem ocupar a área de embarque e desembarque usada atualmente.
As obras devem aumentar em 20% a área de terminais e consumir investimentos de R$ 50 milhões, uma vez que incluem também a restauração dos dois últimos armazéns e construção de mezaninos para lojas e serviços.
Até 2016, a estrutura deve ser ampliada para que o porto tenha a capacidade de receber até um milhão de pessoas por temporada. O projeto para o novo cais prevê um formato em Y, perpendicular ao píer. Com espaço para mais seis navios de cruzeiro, vai facilitar o embarque e desembarque por concentrar as operações. A estrutura atual exige que os navios atraquem longitudinalmente, de tal forma que o último da fila acabe parando a uma distância de até dois quilômetros do terminal.
No Píer Mauá, carrinhos de bagagem aguardam início da temporada/ Foto de Mônica Imbuzeiro — A situação hoje é desconfortável. Nesta última temporada, batemos o recorde de 40 mil turistas em um dia. Mas o último navio teve que atracar perto da área de embarcações de carga — conta Rocha.
A temporada deste ano, porém, será mais tranquila que a anterior. Há mais de 50 atracações a menos: são 203 atracações de 37 navios, com 168 de cabotagem (com embarque e desembarque no litoral brasileiro) e 35 internacionais de longo curso.
— Crescemos muito nos dois últimos anos, algo em torno de 40% por ano. Aos poucos, esse crescimento vai se acomodando. Sem contar que a região está toda em obras, há um incômodo momentâneo — diz Rocha. — Mas há uma característica interessante: os navios estão passando mais tempo no Rio, em vez de chegar e sair no mesmo dia.

Fonte:
http://extra.globo.com/tv-e-lazer/viagem-e-turismo

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