quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Você sabe da onde surgiu a expressão “meia nove”?


Laura Lopes
O meu chefe não é do tipo que assombra os funcionários com cara feia e respostas atravessadas, como nas HQs ou desenhos animados. Ele conta piada sem graça, é verdade, mas sempre manda links de sugestão para o Sexpedia. E, recentemente, fez uma desova de livros aqui na redação (algo me diz que ele estava mais interessado em fazer limpeza em casa do que ser altruísta… ehehe). A maioria deles era em língua estrangeira – do incompreensível alemão ao refinado francês, ambos desconhecidos por esta plebeia. Tive sorte: consegui pegar um escrito em espanhol sobre a história do erotismo. Por amor al deseo (Por amor ao desejo), de Gregorio Morales, foi publicado em 2006 pela editora Espasa Hoy.
Depois do longo parágrafo acima, vou direto ao que aprendi com o livro. Você sabe qual é a história da expressão “meia nove”? E da famosa “chupeta” (ou “mamada”, em espanhol)? E como eram os sex shops na Antiguidade?


Comecemos pelo 69. Quem é que não sabe o que é um meia nove? A professora pergunta: “Jaiminho, quanto é um mais um?”, “Sessenta e nove, senhora”, ele responde. Rá! “Tão brilhante equação pertence ao escritor surrealista francês Raymond Queneau”, escreve  Morales. Nem as invencionices do colega Salvador Dalí ficaram tão conhecidas no mundo! A imagem não pode ser mais clara, e o número se transformou em erótico por excelência, assim como a letra “X”. Foi na França – lógico!! – que a expressão nasceu e ficou “restrita” às camadas baixas da sociedade, prostíbulos, peep-shows e casas de burlesco. Durante a década de 60, espalhou-se por todas as camadas, chegando ao auge com o entusiasmo de maio de 1968. Em 1969, Serge Gainsbourg e Jane Birkin (que gravaram a antológica “Je t’aime moi non plus”, escrito para Brigitte Bardot) declaram ser o ano erótico. Foi então que a expressão ficou conhecida mundialmente, como se sempre tivesse existido. Não há imagem mais ligada à igualdade pregada pela revolução sexual: quem está em cima, está embaixo. Quem está por baixo, está em cima.
A posição é mais velha que andar pra frente, há desenhos gregos que provam isso. Infelizmente, naquela época, praticar sexo oral na mulher era tarefa para escravos ou eunucos. A atividade era vista como algo baixo. Somente no século XIX, quando surgiram as primeiras teorias de igualdade entre os gêneros, que os escritos passaram a testemunhar tão bela posição sexual. E foram aumentando conforme o século XX avançava.
Fonte:
http://colunas.epoca.globo.com

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