Ah, claro que sim! Cuidados mil! Um milhão de cuidados! Mas até aí, moças, essa vida de viver ao lado de um homem, seja ele o juvenil 20 e poucos, o veterano de 30 e muitos ou o jubilado de 40 e todos, essa vida aí, ah, essa vida é zebra! Essa vida é russa! Essa vida aí, papaizinho… É dura.
Mas fosse ela só dura, fosse ela em riste como um churro, que alegria e que delícia, né mesmo? Cachoeira de prazer, meteoro de paixão. O ponto, meninas, é que a Gertrude não disse, mas eu digo: um homem é um homem é um homem.
Sim, sim! Trazemos nos genes 200 milhões de anos de neuroses e insegurança, todo um manual de problemas a dois. Um homem é equipado pra te decepcionar. A graça, pois, reside em justamente driblar o destino, a programação. Fazer a coisa valer a pena. Donde a idade do homem muda pouca coisa. No máximo, a tintura da confusão.
O JOVEM É O PAI DO VELHO
Tenho mesmo reparado que o coração de muitas mulheres anda em dias de matinê. Vocês estão cansadas, esgotadas, fartas desse novo cara de 35. E diga aí se a leitora não anda esbarrando em sujeitos assim: ensopados numa crise sem fim de machice…
Cadê o homem decidido? Cadê o homem que sabe o que quer, que vai bem na profissão, que tem aquele ciúme conquistador e guerreiro, que gosta de futebol e Faustão? Cadê aquele borracheiro que você adorava odiar? Cadê aquele cheiro de Selsun azul?
Garotas, a gente adora reclamar. Se há uma única coisa em que nós, homens, e vocês, moças, concordamos é nisto: reclamar. De tudo e de todos. Passar o Photoshop mental no passado é coisa nossa. Passar patê de lama no presente e no futuro, também.
Dito isso, vou à resposta: algumas de vocês, balzaquinhas, quase balzacas e pós-balzacas, respiram dias de Bovary, em dias de Karenina. A moral dessa história sendo: já que é pra ficar com um garoto, fico logo com um garoto.
A IDADE DO LOBINHO
Namorar um cara mais jovem vai te trazer toda outra classe de problemas. Quem arrisca um relacionamento em desacordo geracional encarará:
1) EM CASA: certo, tem todo tipo de jovem, mas em geral, garoto é pura energia. É aquele cara que aguenta jogar futebol três vezes por semana. É um homem que está aprendendo que a vida muda sem os supremos e doces serviços da mamãe. É um rapaz que vai exigir de você lições domésticas das mais básicas: lavar, passar, cozinhar.
2) NA CAMA: aí, em tese, é só vantagem. Mas será? Claro, ele vai oferecer um mastro cromadíssimo, sem ferrugens, pura fantasia. Esse mastro, pra dobrar, pra falhar, só a martelada. Portanto, a frequência, em tese (de novo), será maior. Mas tenho minhas dúvidas: não há homem que não se lembre das derrapadas sexuais que cometeu aos vinte e poucos: ritmo errado, muita afobação. A gente cresce e vai, cada vez mais, fixando a graça do sexo em não só jorrar alegria pelo teto e lençol, mas fazer com que você também jorre essa felicidade. Transar com um garotão não é necessariamente melhor: é só diferente. E ah, sim: se o seu cara é um fiasco na cama, se ele não te faz ver o arco íris de prazer, isso aí não é idade, é o cara.
3) DINHEIRO: questão delicada. Tá certo que tem moleque ganhando os tubos, mas desacordo monetário é um perigo. Você querendo aquele jantar a vinho e a carteira do moço só comportando um bolovo com sprite.
4) OS AMIGOS: um muxoxo quase certo entre o casal com RG elástico é na compatibilidade de turmas. Às vezes dá certo, mas em muitas outras, o grupo dele é a pura folia, a pura energia, a pura desatenção, enquanto o seu já deu a curva, quer ficar tranquilo, trocar ideias de coisas que só a idade permite;
5) GOSTOS: gosto se discute à beça quando se é casal. Outro ponto importante: os caras de hoje gostam de coisas que você e eu não fazemos muita noção. Uma geração que nasceu nos anos 90, nasceu com muita informação e pouca dedicação (claro, não são todos!). Mas é comum acontecer isso: passado os primeiros meses de sexo e alegria no parque (ah, e isso acontece também com casais formados por trintões), na hora em que a rotina e a vontade de ele escutar um trance e você, uma bossa, na hora em que isso se encontrar, vai voar louça na cozinha…
6) FIDELIDADE: ponto essencial. Quando uma mulher de 35 encontra um cara de 20, a diferença de fases da vida é muito grande. E perdoe a inconfidência e a obviedade, mas vou soltar as duas: existe o quase inevitável fator “moleque sexual”. Um cara de vinte anos dificilmente vai parar aí. Com 20, 25 anos, o sujeito ainda recebe uma pressão – dele mesmo e da condição de macho – de ainda precisa transar com pelo menos mais umas 300 mulheres (ele não vai transar nem com mais dez, mas acreditará até o fim que vai). Não esqueça que o conceito de nunca mais transar com outra garota é uma sombra pros homens de vinte e poucos… Sombra enorme.
UM ÚLTIMO PEDIDO
Moças, não abandonem os tiozões, os vovôs garotos, os papai moleques. Você logo terá saudade de um RG com a mesma tonalidade do seu. Evidente, os casais com diferença de idade são possíveis. São prováveis. No romance, tudo pode, tudo dá. Mas não pinte os homens com a tinta da geração. Ah, garotas. Certo é o Tolstoi. “Tem razão aquele que é feliz”. Eis a suprema imagem da alegria. Dois velhinhos, sentados no banquinho da praça, as carteiras de identidade à mão, comparando as plastificações roídas pelo tempo e pelas brigas a dois. Sim, pois sim. Amor sem furinho no plástico não é amor!
fonte:
http://colunas.marieclaire.globo.com/falecomele
Esse preconceito sobre idade é realmente uma opção de vida de cada um,acho que quando estamos felizes ...a idade é o que menos importa,o que voces acham??
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